segunda-feira, 28 de março de 2016

No período da Semana Santa aumenta o consumo de pescados e, quase como consequência, também crescem as fraudes. Os fiscais agropecuários inspecionam os estabelecimentos e fazem até exame de DNA para provar substituições de espécies.

Segundo o Sindicato Nacional dos Fiscais Agropecuários (Anffa Sindical), o bacalhau e o linguado são os principais alvos da inspeção, pois são os tipos mais trocados por peixes mais baratos como panga, o alabote e a polaca do Alasca.
Mas a merluza, o congro, a pescadagaroupa e até a carne de siri também são substituídos.  “Essa é uma prática criminosa e fere o direito do consumidor, que acaba comprando gato por lebre”, destaca o presidente da entidade, Maurício Porto.
Na ronda, os fiscais coletam amostras de produtos suspeitos de fraude, que são encaminhadas ao Laboratório Nacional Agropecuário em Goiás (Lanagro/GO) para análise de DNA, que são feitas desde 2013.
Para se ter ideia, em 2015 foram identificadas fraudes em 23% das amostras em todo o país. De acordo com o fiscal federal agropecuário Daniel Teixeira, esse número ainda é alto devido a falta punição. “O Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (Riispoa), ainda não publicado, ajudaria a diminuir os casos, já que prevê aumento significativo em multas aplicadas às empresas fraudulentas que, hoje, são de R$ 15 mil. Com o novo Riispoa, as multas chegariam até R$ 300 mil”, ressalta o fiscal.
Além da troca das espécies, os consumidores devem ficar em alerta com o peso do pescado. Teixeira explica que algumas empresas desenvolveram tecnologia para adicionar água ao peixe, em qualquer tipo de produto, do in natura ao enlatado. “Os peixes são deixados de molho, com produtos que aumentam a quantidade  de água na musculatura – como os derivados do fosfato –, e podem ser injetados, assim como no frango, com produtos vegetais, a exemplo da lecitina de soja e do amido, todos sempre diluídos em água”, alerta o fiscal agropecuário.
Proteja-se
Os fiscais agropecuários dão dicas de como não ser enganado nas compras para a Páscoa. Segundo Teixeira, é preciso sempre desconfiar do preço muito baixo, das promoções e até procurar saber se a empresa fabricante já esteve envolvida em fraude.
O fiscal também informa que as fraudes são mais fáceis em filés, já que o consumidor não vê o alimento inteiro. “Para dificultar a identificação do produto, tem indústria retirando toda a pele do peixe”, finaliza.

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